Diálogo colorido
Luiz Fernando Câmara Vitral
Jornalista
"Há quem tenha a falsa idéia de que um artista plástico se volta para
a arte abstrata porque não domina o desenho. Afinal, acredita-se que “fazer
borrões” em uma tela seja mais fácil do que pintar um detalhado retrato.
Nesse sentido, a resposta pode até ser afirmativa, mas, na verdade, a
questão é outra.
Diante de uma obra abstrata, o espectador tem a oportunidade de tecer
as considerações que bem entender. Muitas vezes é capaz de ver o que nem
o autor viu, ou pensou, enquanto criava. A arte abstrata é, por isso,
um convite à liberdade do fruidor, que vai observar, imaginar, relacionar,
enfim, criar uma ligação com o trabalho do artista.
Uma das regras que o artista abstracionista deve seguir é, justamente,
lidar com elementos que não estão presentes na natureza. Por isso, a pintora
TaniaN não reproduz o que estamos acostumados a ver. Suas telas trazem
um incessante diálogo que ela mantém com símbolos abstratos e seu trabalho
tem revelado uma proposta de um relacionamento com a cor.
Inquieta, traz para a tela o microcosmo do processo de cores que se mesclam
e induzem os olhos do observador a exposições sutis de luzes e sombras,
de tons e meios tons, que se misturam e se multiplicam ao longo de sua
obra.
TaniaN guarda a característica solar do nordeste brasileiro. Por isso,
suas cores são vivas e vibrantes, mas não incomodam. Ao contrário. Estimulam
o olhar. Convidam a participar desse jogo íntimo. Observador e artista."
TEXTOS:
"Cidarta"
- Enock Sacramento
"Sobre minha pintura" - Tania
Nitrini